Dia do Professor

DIA DO PROFESSOR – 15 de Outubro

Trabalho de Carlos Leite Ribeiro
 
 
 
Professor é o profissional que ministra aulas ou cursos em todos os níveis educacionais, a saber: Educação infantil, Educação fundamental, Ensino médio e superior, além do Ensino profissionalizante e técnico. Em 15 de Outubro se comemora o Dia do Professor. É uma das profissões mais antigas e mais importantes, tendo em vista que as demais, em sua maioria, dependem dela. Nas séries iniciais da escolarização, temos uma percentagem elevada de mulheres exercendo a função; no Brasil, com o passar dos níveis escolares, vemos a inversão dos percentuais em favor dos homens. Platão, na República já alertava da importância do papel do professor na formação do cidadão.
Estados Unidos da América:
Nos Estados Unidos da América (E.U.A), o termo Professor é reservado apenas para indivíduos que ministram aulas em instituições de ensino superior (college ou university). Professores do ensino fundamental ou médio são denominados Teachers. Além do ensino propriamente dito, Professores nas universidades americanas dedicam-se principalmente a atividades de pesquisa, incluindo a orientação de alunos de pós-graduação.
Em geral, o grau académico de doutor (Ph.D ou equivalente) é exigido para ingresso na carreira de professor nas universidades americanas no nível inicial de "Professor Assistente" (Assistant Professor). Após alguns anos, um Professor Assistente pode ser promovido a "Professor Associado" (Associate Professor) e, posteriormente, a "Professor Pleno" (Full Professor, ou simplesmente Professor). Um pequeno número de professores plenos que se destacam por suas atividades de pesquisa são nomeados Distinguished (or Endowed) Professors, significando que passam a deter uma cátedra pessoal (personal chair) designada por um nome específico (normalmente o nome do patrocinador, pessoa física ou jurídica, que financiou/financia a cátedra).
Professores plenos (e, na maioria das vezes, professores associados) possuem a garantia de ternura, isto é, proteção contra demissão sumária. Esta prerrogativa, semelhante àquela a que têm direito os juízes federais nos E.U.A., tem por objectivo garantir a liberdade académica, protegendo professores seniores de pressões de natureza política e/ou ideológica.
Reino Unido
No Reino Unido, o uso do título Professor é ainda mais restrito do que nos Estados Unidos, sendo reservado apenas a docentes seniores em universidades. O nível inicial da carreira académica em universidades britânicas, aberto normalmente a indivíduos que já detenham o grau de doutor, é designado Lecturer. Seguem-se os níveis de Senior Lecturer, Reader e, finalmente, Professor, este último atingido apenas por um número muito pequeno de indivíduos que normalmente são chefes de departamentos académicos ou detêm uma cátedra pessoal. A grosso modo, Lecturers no sistema britânico seriam equivalentes a Assistant Professors no sistema norte-americano, enquanto o título de Reader seria equivalente a Associate Professor ou Professor nos Estados Unidos. O título de Professor propriamente dito no Reino Unido seria por sua vez comparável a um Distinguished Professor ou University/Institute Professor nos Estados Unidos.
Como nos E.U.A, professores do ensino fundamental e médio no Reino Unido são denominados teachers, nunca professores.
Outros países europeus:
Em vários países da Europa, por exemplo, França e Alemanha, o título de professor é também reservado, nas universidades, apenas a docentes seniores. Ao contrário do que acontece nos países de língua inglesa porém, a promoção ao nível de Professor requer que, além do grau académico de doutor, o candidato passe também pelo processo de Habilitação (semelhante à antiga Livre-docência no Brasil), que normalmente exige a submissão de uma segunda tese (monográfica ou cumulativa) e uma aula pública ministrada perante uma banca de especialistas. Em geral são necessários vários anos de experiência profissional ou académica após a conclusão do doutoramento para que um indivíduo se qualifique a obter uma Habilitação.
Membros do corpo docente de uma universidade que possuem o grau de doutor, mas não passaram ainda pela Habilitação, são normalmente designados Maître des Conférences ("mestre de conferências") na França, e wissenschaftichler Assistent ("assistente científico") ("conselheiro académico") na Alemanha, não usando portanto a designação de "professores". Alguns estados alemães introduziram entretanto recentemente a posição de Júnior professor, equivalente ao Assistant Professor nos Estados Unidos, e prescindindo da necessidade de Habilitação.
A realidade do professor no Brasil:
Apesar de avanços pontuais em alguns Estados, o professor brasileiro continua muito mal pago, em comparação com seus colegas em outros países.
Como se não bastasse isso, aqui no Brasil as classes são mais cheias, com mais alunos por professor, o que demanda mais tempo e atenção do profissional.
Essas constatações, feitas por uma pesquisa da Unesco, mostram fatos já conhecidos dos brasileiros, mas que ganham relevância quando comparados com a situação de outros países.
De um total de 38 países, o Brasil só não paga pior aos seus professores em início de carreira do que o Peru e a Indonésia. Aqui, o salário anual, em dólares, é de US$ 4.818, metade do valor que nossos vizinhos Argentina e Uruguai pagam e um sexto do que ganha um professor na Suíça.
É bom lembrar que, nessa comparação, o raciocínio de que aqui, com os mesmos dólares, se vive melhor do que na Suíça não vale porque os pesquisadores já levaram em conta o custo de vida em cada país.
Além de pagarmos mal, as condições que damos aos professores são piores do que em outros países. No ensino médio, segundo a Unesco, o número de alunos por professor é de 38,6. É a maior razão encontrada em 33 países desenvolvidos e em desenvolvimento onde foi possível comparar essa taxa.
A taxa do Brasil é preocupante, mas, para os catastrofistas, é bom lembrar que poderíamos estar muito pior. Na África, há países pobres em que essa média chega a 70. Isso significa que é tão comum encontrar salas de aula com 100 alunos quanto encontrar com 40.
Usar a África como exemplo para dizer que não estamos tão mal assim é uma atitude cretina, é verdade. Mas, como a comparação com a África é frequentemente citada para mostrar o quadro mais negro do que ele é, acho que vale a pena colocar as coisas nas devidas dimensões.
O que o estudo aponta para o Brasil que merece reflexão é que, como dizem seus autores, em países em que as condições de trabalho dos professores são boas, a qualidade da educação tende a ser melhor.
Discutimos tanto as razões para a falta da qualidade da nossa educação que às vezes esquecemos o óbvio: professores mais bem pagos e com menos alunos em sala têm condições de desenvolver um trabalho muito melhor.
Veja reportagem na Folha de S. Paulo sobre o estudo:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u10910.shtml
Deve-se registrar também que, apesar do uso restrito do termo "professor" nas universidades europeias, um indivíduo que ministra aulas no ensino fundamental e médio na França (enseignant) é também dito profésseur des écoles (em oposição a um profésseur des universités). Na Alemanha, por motivos históricos, permite-se a alguns poucos docentes seniores do ensino médio com ternura que usem o título de professor. Em geral, porém, um professor secundário na Alemanha é denominado Lehrer, não Professor.
Orientação educacional é uma especialidade do pedagogo, que pode ser obtida através de cursos de habilitação, incorporada ou não à licenciatura em pedagogia, ou através de especialização. O orientador educacional atua junto ao corpo discente das instituições de ensino, acompanhando as atividades escolares, bem como o desempenho do estudante, seja em termos de rendimento ou de comportamento.
O administrador escolar atua junto ao corpo docente e discente das instituições de ensino, coordenando as práticas pedagógicas, bem como acompanhando o desenvolvimento do currículo, é o responsável legal e administrativo pelo estabelecimento. De um modo geral tem a função de diretor da instituição.
O supervisor de ensino atua junto ao corpo docente das instituições de ensino, coordenando as práticas pedagógicas, bem como acompanhando o desenvolvimento do currículo.
O educador é o profissional da Educação que pode atuar tanto como professor quanto como pesquisador, administrador escolar, supervisor de ensino, orientador educacional, filósofo educacional ou como estudioso de questões educacionais de um modo geral. Embora, em princípio, entenda-se o educador como um pedagogo, nem sempre essa é a realidade, podendo um educador ter formação em outras áreas pedagógicas, como as Letras, a
Psicopedagogia, entre outras.

No Brasil, o Dia do Professor é comemorado em 15 de outubro.
No dia 15 de outubro de 1827 (dia consagrado à educadora Santa Teresa de Ávila), Pedro I, Imperador do Brasil baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras". Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima - caso tivesse sido cumprida.
Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração de um dia efetivamente dedicado ao professor.
Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como "Caetaninho". O longo período letivo do segundo semestre ia de 1 de junho a 15 de dezembro, com apenas dez dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.
O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, Piracicaba, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. A sugestão foi aceita e a comemoração teve presença maciça - inclusive dos pais. O discurso do professor Becker, além de ratificar a ideia de se manter na data um encontro anual, ficou famoso pela frase " Professor é profissão. Educador é missão". Com a participação dos professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a idéia estava lançada.
A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".
Índia
5 de setembro é o Dia do Professor na Índia. É o dia de nascimento do ex-presidente e professor indiano Dr. Sarvapalli Radhakrishnan. Quando o Dr. Radhakrishnan tornou-se o presidente da Índia em 1962, alguns de seus alunos e amigos se aproximaram dele e lhe pediram para permitir que eles comemorassem seu aniversário no dia 5 de setembro. Em resposta, o Dr. Radhakrishnan disse, "Ao invés de comemorar o meu aniversário separadamente, eu ficaria mais orgulhoso se o dia 5 de setembro fosse marcado como o Dia do Professor."
Ele não é um feriado na Índia. É considerado um "dia comemorativo", onde professores e estudantes vão para as escolas como de costume, mas as atividades habituais e de classe são substituídas por atividades de celebração, agradecimentos e recordações. Em algumas escolas neste dia, a responsabilidade de ensinar é deixada por conta dos alunos das séries mais avançadas como uma avaliação por seus professores.
Tradicionalmente, as pessoas na Índia têm tido grande respeito e estima pelos professores. Um antigo ditado indiano (geralmente ensinado para as crianças), coloca o professor em terceiro lugar: "Maata, Pitha, Guru, Daivam", significando a mãe, o pai e o professor é Deus. Há um outro ditado na forma de uma parelha de versos (doha), que diz, "Guru Govind doou khare kake lagon paai? Balihari guru aap ki Govind deeo batai," significando "Eu estou em dificuldade de saber quem saldar primeiro: o professor ou o Deus. Eu escolherei o professor porque ele é um instrumento da sabedoria de meu Deus". Ainda, um ponto central na escritura Hindu mostra "Guru Bramha, Guru Vishnu, Guru devo Maheshwaraha - Gurusakshath parabramha tasmai shree gurve namaha", que se traduz como "O professor é a santíssima trindade. O professor é a manifestação do próprio senhor".
Malásia
16 de maio é o Dia do Professor (malaio: Hari Guru) na Malásia.
Turquia
O Dia do Professor é comemorado em 24 de novembro na Turquia. O dia 24 de novembro foi dedicado aos professores por Kemal Atatürk. Atatürk achou e declarou que aquela nova geração seria criada por professores. M. Kemal Atatürk)
O Dia do Professor comemorado em dias úteis
Albânia
Na Albânia, o Dia do Professor é um feriado não oficial em 7 de março, um dia antes do Dia das Mães (8 de março).
China
O Dia do Professor foi primeiramente instituído na Universidade Central Nacional em 1931. Foi adotado pelo governo central de Taiwan em 1932 e em 1939 o dia foi transferido para 28 de setembro, que é o dia do aniversário de Confúcio. Foi extinto pelo governo da República Popular da China em 1951 e restabelecido em 1985 sendo que o dia foi novamente mudado para 10 de setembro. Atualmente mais e mais pessoas estão fazendo esforços para retornar o Dia do Professor para o dia de nascimento de Confúcio.
República Checa
Na República Tcheca, o Dia do Professor é um feriado não oficial, comemorado em 28 de março, aniversário de Jan Ámos Komenský (Comenius). As crianças levam flores para seus professores. Representantes do governo utilizam este dia para demonstrar agradecimento a esta profissão e premiar os melhores professores.
Irã
O Dia do Professor no Irã é comemorado em 2 de maio (Ordi,behesht 12, no calendário iraniano).
América Latina
O Dia Internacional do Professor na América Latina é 11 de setembro, em comemoração ao dia da morte de Domingo Faustino Sarmiento, um político argentino e pedagogo respeitado. Esta data foi estabelecida na Conferência Interamericana sobre Educação de 1943, no Panamá.
Muitos países latino-americanos, porém, têm uma data separada para comemorar o Dia do Professor de acordo com acontecimentos de sua própria história. No Brasil, o Dia do Professor é 15 de outubro. No México, em setembro de 1917, o Congresso Federal decretou o dia 15 de maio como Dia do Professor (Día del Maestro). No Peru, o Dia do Professor é comemorado em 6 de julho.
Polônia
Na Polônia o Dia do Professor ou Dia da Educação Nacional é 14 de outubro. Nesse dia a Komisja Edukacji Narodowej (Comissão de Educação Nacional) foi criada em 1773.
Rússia
Na Rússia o Dia do Professor é 5 de outubro. Antes de 1994, esse dia era comemorado no primeiro domingo de outubro.
Singapura
Em Singapura, o Dia do Professor é um feriado oficial escolar, comemorado em 1 de setembro. As comemorações são geralmente realizadas no dia anterior, quando os estudantes têm metade do dia livre.
Eslováquia
Na Eslováquia, o Dia do Professor (é um feriado não oficial, comemorado em 28 de março, aniversário de Jan Ámos Komenský (Comenius).
Coreia do Sul
Na Coreia do Sul o Dia do Professor é 15 de maio. Nesse dia, os professores são geralmente presenteados com cravos por seus alunos e ambos desfrutam de um dia escolar mais curto. Ex-estudantes prestam seus respeitos aos seus antigos professores visitando-os e oferecendo-lhes presentes. Atualmente muitas escolas por todo o país suspendem suas aulas para comemorarem esta data.
Taiwan
Na República da China (Taiwan) é comemorado em 28 de setembro. O dia presta homenagem às virtudes, às dificuldades dos professores e também as suas contribuições não apenas em relação aos seus próprios alunos, mas também para com toda a sociedade. As pessoas geralmente aproveitam o dia para expressar sua gratidão aos seus professores, tais como lhes fazendo uma visita ou enviando-lhes um cartão. Esta data foi escolhida por comemorar o nascimento de Confúcio, que se acredita ter sido o modelo de mestre e educador da antiga China.
Em 1939, o Ministério da Educação estabeleceu que o feriado nacional seria em 27 de agosto, atribuído ao dia de nascimento de Confúcio. Em 1952, o governo o mudou para setembro, alegando ser esta a data correta pelo Calendário gregoriano.
O festival comemorativo acontece nos templos de Confúcio espalhados por toda a ilha, conhecido como a "Grande Cerimônia Dedicada a Confúcio". A cerimônia acontece às seis horas da manhã com batida de tambores. 54 Músicos vestindo roupões com cintos azuis, 36 (ou 64) dançarinos vestidos de amarelo com cintos verdes. Eles são conduzidos pelo chefe descendente de Confúcio e acompanhado por oficiais do cerimonial. Três animais -- a vaca, a cabra, e o porco -- são sacrificados. A pelagem retirada desses animais sacrificados é chamada de Cabelos da Sabedoria.
Além disso, institutos locais de educação e órgãos civis oferecem prêmios a determinados professores por suas influências excelentes e positivas.
Tailândia
16 de janeiro foi adotado como o Dia do Professor na Tailândia por uma resolução do governo em 21 de novembro de 1956. O primeiro Dia do Professor aconteceu em 1957.
Estados Unidos da América
Nos Estados Unidos da América, o Dia do Professor é um feriado não oficial na terça-feira da primeira semana de maio.
A Associação de Educação Nacional (National Education Association) descreve o Dia Nacional do Professor como "um dia para homenagear os professores e reconhecer todas as contribuições duradouras que eles realizam em nossas vidas".
A Associação apresenta uma história do Dia Nacional do Professor: A origem do Dia do Professor não é precisa. Por volta de 1944 um professor de Arkansas Mattye Whyte Woodridge começou a se corresponder com líderes políticos e educacionais sobre a necessidade de se ter um dia nacional para homenagear os professores. Woodbridge escreveu para Eleanor Roosevelt que em 1953 convenceu o Congresso dos Estados Unidos a proclamar o Dia Nacional do Professor.
A Associação juntamente com seus estados afiliados Kansas e Indiana e Dodge City (Kansas) pressionaram o Congresso para criar um dia nacional para os professores. O Congresso declarou 7 de março de 1980, como o Dia Nacional do professor apenas para aquele ano.
A Associação de Educação Nacional e seus afiliados continuaram a comemorar o Dia do Professor na primeira terça-feira de março até 1985, quando a Associação Nacional de Pais e Professores estipulou a Semana de Avaliação do Professor na primeira semana de maio. A Assembleia Representativa da Associação de Educação Nacional então votou para que se fizesse na terça-feira daquela semana o Dia Nacional do Professor.
A partir de 7 de setembro de 1976, foi adotado o Dia do Professor em 11 de setembro no estado de Massachusetts.
Vietnam
No Vietnam, (Dia do Educador Vietnamita) cai em 20 de novembro. Naquele dia, os estudantes têm o dia livre, mas se espera que eles visitem seus atuais e antigos professores em suas casas e lhes levem flores para demonstrar sua consideração.
Fontes Diversas

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro –
Marinha Grande – Portugal
 
 
Paternidade

(um caso reportado jornalisticamente) –por Carlos Leite Ribeiro
 
 
 
A Lei portuguesa não permite o termo “pai desconhecido” ou “pai incógnito”. Está feito e a Lei terá de ser cumprida. Quanto a mim, a Lei devia ter uma adendazinha que ressalvasse aqueles casos de pai difícil de comprovar, com o termo: “Pai Espírito Santo”. Mas não existe e Lei é Lei.
Assim, têm surgido casos muito bizarros, como por exemplo uma senhora que foi impedida de inscrever sua filha no jardim-escola, pois a criança não tinha nome de pai. A mãe então solicitou o exame de paternidade, indicando 8 (oito) nomes de homens, com grandes possibilidades de ser o pai biológico de sua filha.
E não é que ela acertou num?!
Os “felizes contemplados” a serem o pai da pequena, foram (segundo fontes jornalísticas):
- O ex-marido que na altura já não seria marido;
- O marido que na altura seria marido, mas também já não o é;
- E mais 6 “felizardos”.
E foi entre estes 6 felizardos que apareceu o pai biológico da menina.
E é sobre esta pessoa que vamos seguir as declarações que ele deu à Comunicação Social:
“Recordo-me vagamente dessa senhora, que numa noite de Lua Cheia, encontrei num restaurante de uma superfície comercial, na estrada entre Leiria e Lisboa.

Encontrava-se sozinha sentada numa mesa, triste e com ar abatido.
Eu também estava sozinho e tentei chamar-lhe a atenção com os olhos e depois entabulei conversa com ela.
Não tinha a cara muito bonita, mas de corpo era bem-feita. A conversa foi longa e onde me contou que se tinha divorciado do primeiro marido e estava casada de novo. Mas, em ambos os casos não tinha sido feliz na escolha. Também tive de inventar uma história, dizendo que embora morasse na mesma casa, não era feliz com a minha esposa (a tal conversa de “malandro”).
Conversa puxa conversa e fomos até ao meu carro, estacionado no parque de estacionamento, onde dentro admirámos a Lua que naquela noite estava maravilhosa e, com ou sem efeito da Lua (enfim... enfim.).
Recordo-me que antes de entrar em minha casa, tive de sujar as mãos com óleo, para ter a desculpa de ter chegado quase de manhã, alegando que o atraso de deveu a um furo num pneu, e que tinha sido de difícil resolução... Durante anos, telefonámos umas duas ou três vezes, mas nunca mais nos encontrámos.
Há tempo, recebi uma convocação do Tribunal para ir fazer no Instituto de Medicina Legal de Lisboa, uns testes de paternidade. Caí das nuvens com tal situação, mas meio divertido e completamente convencido que seria um engano, fiz os testes.
E o resto já vocês sabem, aos 60 anos descobriram que era pai de uma menina de 6 anos!
É um caso bizarro, mas que está a deixar algumas pessoas muito preocupadas.

É o caso do meu amigo Sinfrónio Àscaro que, para sua tranquilidade psicológica, sentiu a necessidade de telefonar às suas inúmeras amigas, perguntando-lhes se os filhos delas tinham o nome do pai (deles, claro).
Fiquei sem saber quem teria sido o verdadeiro culpado (se acaso existiu) no caso que sumariamente narrei:

a) Se foi a Lua Cheia;
b) Se foi o jantar, que deu em “fome”;
c) Se foi uma seta de Cúpido (que é um grande malandro) numa Lua Cheia, fez “aquilo”;
d) Etc...
Também não sei em que marca e modelo de carro se deu a “ocorrência”, não podendo por isso, imaginar a cena em que o “Espírito Santo” se ligou à carne.
Mas se foi num 2 CV Citroen, além das respetivas licenças de condução, deviam ter também tirado um curso de controcismo.

Pelo menos, é o que dizem pois eu, sou muito ingénuo nessas coisas...

Texto “reportado jornalisticamente” por Carlos Leite Ribeiro - Marinha Grande - Portugal

Independência do Brasil

 
 
Independência do Brasil

7 de Setembro de 1822
Trabalho de Carlos Leite Ribeiro

Com o retorno de D. João VI a Portugal, onde chegou a 3 de Julho de 1821, as Cortes Portuguesas, procuraram recolonizar o Brasil, impondo-lhe medidas restritivas. Em resposta, os habitantes do futuro País independente mobilizam-se, instigando o príncipe D. Pedro a pronunciar-se a favor da sua permanência no Brasil. D. Pedro satisfá-los no episódio consagrado como “Dia do Fico, a 9 de Janeiro”. A reação das Cortes Portuguesas, não tarda, sob mais rígidas para a condução do governo no Brasil. Lembrando-se desta carta: “Carta de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal, ainda regente, a seu pai, a 19 de Junho de 1822: "Eu ainda me lembro e me lembrarei sempre do que Vossa Majestade me disse, antes de partir dois dias, no seu quarto: "Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás-de respeitar, do que para algum desses aventureiros". Foi chegado o momento da quase separação, e estribado eu nas eloquentes e singelas palavras de Vossa Majestade, tenho marchado adiante do Brasil, que tanto me tem honrado."
Refractário a essas ordens vindas de Lisboa, D. Pedro ao recebê-las, proclama a independência do Brasil, a 7 de Setembro – conhecido pelo grito do Ipiranga – sendo, no mês seguinte, declarado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Ainda que atribuída à iniciativa de D. Pedro, a independência traduz a reação das classes dominantes coloniais às tentativas de recolonização surgidas na metrópole. Nem todas as regiões aceitaram a emancipação e a ela aderiram. Estribadas nas tropas portuguesas ali aquarteladas, algumas delas, sobretudo o Pará e a Bahia, resistiram até fins de 1823.

"O Brasil constituía então uma base essencial da economia portuguesa. A nossa exportação era quase toda (excetuando o vinho do Porto) canalizada para os portos brasileiros; a nossa importação vinha quase toda do Brasil; as matérias-primas tropicais faziam escala em Lisboa e daqui eram reexportadas para o exterior. Todo comércio dependia desse sistema e desse tráfico vivia a marinha mercante. A emancipação económica do Brasil teve portanto consequências graves na economia portuguesa. A antiga colónia passara, em poucos anos, de fonte de rendimento a fonte de despesa. Muitos dos nobres instalados na corte do Rio viviam à custa dos bens que possuíam em Portugal. (José Hermano Saraiva)".

A Assembleia Constituinte, que fora convocada ainda em 1822, enceta os seus trabalhos em Maio. Como se previa, logo emergiram duas posições antagónicas, corporizadas nos denominados partidos “brasileiro” e “português”. Trilhando um percurso tumultuoso, a Assembleia viu-se cercada militarmente e dissolvida por D. Pedro I, na noite de 12 de Novembro.
A 25 de Março de 1824, D. Pedro I outorga a primeira Constituição brasileira, reportando-se, na essência, ao projeto do deputado António Carlos, que a Constituinte discutira e parcialmente aprovara. Em obediência ao texto constitucional, estabelece-se o voto censitário e, aos clássicos três poderes, acrescenta-se o poder moderador, exercido privativamente pelo imperador. Deflagra em Pernambuco, estendendo-se ao Ceará, à Paraíba e ao Rio Grande do Norte, a chamada Confederação do Equador, revolta que se opõe ao texto constitucional outorgado e apregoa ideias de carácter separatista e republicano.
Entretanto, os Estados Unidos da América torna-se o primeiro
o país a reconhecer a independência do Brasil.
Em 1825, cedendo às solicitações da Inglaterra e mediante vantagens comerciais e indemnizações pecuniárias, Portugal reconhece a independência brasileira a 29 de Agosto desse mesmo ano.
 
 
 
Hino da Independência do Brasil
Letra de Evaristo da Veiga
Música de D. Pedro I

Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil!
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil:
Houve mão mais poderosa,
Zombou deles o Brasil.

Brava gente, brasileira...
Não temais ímpias falanges
Que apresentam face hostil:
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.

Brava gente, brasileira...
Parabéns, ó Brasileiros!
Já com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Brava gente, brasileira!...
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro - Marinha Grande - Portugal

O Mundo Maravilhoso das Radios

 
 
O MUNDO MARAVILHOSO DA RÁDIO - Trabalho de Carlos Leite Ribeiro
(excerto de texto de minha autoria que dei em várias Formações de Animadores/Locutores, para obterem s carteira profissional)


Desde que nos servimos da palavra (isto é verdade em todos os casos), a do locutor; a do conferencista; a do conversador – pretendemos sempre PERSUADIR.
Persuadir alguém, é ser capaz de lhe comunicar o nosso pensamento – é tentar mostrar que se possui uma verdade, e, que essa verdade é suscetível de ser compartilhada.
E, nos tempos que vão correndo, a arte de “persuadir”, é uma verdade, com as regras e os seus costumes. As regras são necessárias, e o saber aplicá-las depende, muitas vezes, de certa espontaneidade ou de um certo dom pessoal. A rádio, iniciou uma nova “arte de persuadir” ... ? Há ou não há, uma diferença entre a palavra dita ao público, quando este está na presença de quem a diz, ou aquela que se dirige a um auditório distante, e é enviada por meios técnicos ...?. Para quem fala, simultaneamente, a um público presente e vivo e a outro distante – tratar-se-á de se associarem dois pontos diferentes e, possivelmente antagónicos...?.
À primeira vista, se quem fala, consegue comunicar diretamente com aqueles que o conhecem, pode ter fortes razões para comunicar com os que não conhece e, que nem sabem quem é que lhes está a falar. Mas, os meios que nos servimos, diferem segundo o público radiouvinte que nos escuta – o que se diz para os ouvintes que nos conhecem, pode deixar indiferente os ouvintes que não nos conhecem. É a tal grande diferença entre o auditivo e o visual.
Este estado de coisas, põe-nos um problema de múltiplos aspetos difíceis de resolver, relacionados com a missão da palavra – esse precioso instrumento de comunicação entre os homens.
Há na palavra uma espécie de milagre perpétuo – basta abrir-se uma boca para se pronunciar um som. Este som, apesar do seu carácter material, é destinado a transmitir uma realidade de carácter espiritual. De todas as formas da matéria, o som, parece ser a mais fluida e impalpável – é, na realidade, evasante. O pronunciar, desaparece sem deixar vestígios – mas, se um gravador o reanima – o pensamento que exprime, ressuscita com ele. Mas, a palavra não é somente uma intermediária entre o pensamento e a expressão – entre o espiritual e o material.
Goza ainda do poder excecional de pôr, necessariamente em relação, dois órgãos diferentes – com efeito, a palavra, inseparável da voz, é ouvida. Estes dois aspetos da palavra proferida e ouvida, coincidem no mesmo homem – quem se fala, ouve-se...
Esta relação entre a voz e o ouvido, é sem dúvida inseparável da consciência humana. A voz, exprime atividade, enquanto que a audição, exprime uma passividade. E, porque o homem pode ouvir o que se diz, que ele se pode retificar, na caso de não ser correspondido à intenção pretendida, à significação que pretendia alcançar. Por consequência, graças a esta atividade da palavra, e a esta passividade de audição, numa modalidade autocrítica perpétua, é um controlo pelo qual o homem tenta comunicar, precisamente, o que ele quer dizer a quem o ouve.
A consciência realiza, por este meio, um diálogo consigo própria.
Em contrapartida, na comunicação entre dois seres, produz-se uma espécie de divórcio entre a palavra e a audição. É, precisamente sobre este divórcio entre a atividade da voz e a passividade da audição, que repousa toda a possibilidade de comunicação entre consciências.
Esta atividade e esta passividade, aparecem profundamente ligadas uma com a outra – um ouvinte, ouvindo o que lhe dizem em silêncio, não pode compreender o que dizem, sem reconstruir para si – embora, de determinada maneira.
A “palavra interior”, que cada ouvinte pronuncia para si mesmo, logo que ouve a palavra de outrem, é a base de toda a compreensão.
Quais são as transformações que a Rádio pode introduzir neste quadro de compreensão, que implique um estreito entendimento entre a voz e o ouvido?...
Antes de mais nada, a Rádio aparece-nos como um instrumento de análise.
Quando um público ouve quem lhes fala, vê um corpo humano, um homem (ou uma mulher), cuja intervenção é a de comunicar a outro o seu pensamento. Assim o ouvinte vê a sua fisionomia, observa os seus gestos. De certa maneira, todo o homem que fala, o faz com todo o seu corpo – a palavra é sempre uma forma parcial de expressão, porque essa expressão põe em jogo o corpo inteiro.
Perante um público presente, é possível separar e mímica da palavra. Em todos os tempos, a pantomima conseguiu, isolando os gestos daqueles que tentavam comunicar. Juntando o gesto à palavra, para mais se parecer com a realidade, a televisão criou uma ilusão mais complexa.
A essência da Rádio, consiste em separar os ecos e os sons ( o princípio da Radiodifusão), suprimir o aspeto visível da expressão. Fica no desconhecido uma multiplicação de movimentos, sem a qual a palavra parece perder a sua condição essencialmente viva.
A Rádio, põe-nos o seguinte problema: em que consiste a significação do som, examinando só a sua pureza?
O som, é um modo de expressão, absolutamente separado.
O importante é que uma comunicação que se estabelece pela palavra, pressupõe dois participantes: um que fala e outro que ouve. A palavra é a cadeia, ou seja, a ponte que os liga.
Considerada na sua essência, isola este modo de comunicação, e, a cadeia deixa de ter as suas extremidades visíveis – isto é, o que fala e o que ouve. Em Rádio, verifica-se o isolamento do som que liga os dois interlocutores. É, por isso que ela é o melhor sistema de estudo do som, em si próprio, como puro meio de comunicação entre as consciências, quaisquer que elas sejam.
A diferença essencial entre a comunicação real, imediata, que se pode estabelecer entre os homens, e a comunicação estabelecida entre eles, através da Rádio, põe em jogo o contraste entre a presença e a ausência. Na palavra há como uma dupla presença. Em Rádio, uma dupla ausência – aquele que fala não vê o que escuta – o que escuta, não vê quem fala.
E, para mais, enquanto a conversa, o discurso, etc., são sempre inseparáveis de acontecimentos vivos nesse momento, a Rádio capta o relato do acontecimento, indiferente ao tempo e ao lugar onde se verifica.
Basta que o ouvinte queira ouvir um som gravado anteriormente para que, dando uma volta a um botão do seu aparelho de escuta e gravação, esse som se torne presente.
Esta possibilidade dá ao ouvinte uma espécie de soberania sobre o som, tornando-o o seu amo, talvez como compensação da ausência de vida real, parece inseparável de toda a conversação.
A palavra gravada fica, indiscutivelmente à disposição de quem a possui, independentemente da vontade de quem a produziu, e, com o qual crê comunicar sempre que o queira fazer.
Aqui chamamos a atenção de todos aqueles que pretendem ser profissionais da Rádio. Pensei sempre que nunca estão sozinhos e a palavra pode não ser tão fugidia como muitos pensam...
Quais são, pois, perante a Rádio, as atitudes do ouvinte e do apresentador...?
Nem uma nem outra coincidem com as que têm na vida de todos os dias (no nosso dia a dia), quando nenhum aparelho (de emissão ou de receção) está em jogo.
Com efeito, o ouvinte, ao desejar pelo som (neste caso pela Rádio) e só pelo som adquirir uma informação, ou receber uma mensagem (não interessa de que género), interessa-se pelo que lhe comunica o seu interlocutor invisível, pedindo-lhe apenas uma certa verdade objetiva.
Tornando-se, pois, necessário que aquele que pretende comunicar, por intermédio do microfone, o faça com um tom de objetividade suscetível de criar adesão e confiança. Em muitos casos, a Rádio, não se contentando em emitir apenas um som, estabelece uma espécie de comunicação, ideal e imaginária, entre diferentes sentidos, porque o ouvinte tenta perceber, além do que é audível. Para tanto, até inconscientemente, ele trata de reconstruir na sua imaginação o espetáculo que mais lhe convém, para melhor compreender o que lhe explicaram pelo som.
Podemos assim dizer que a Rádio utiliza o meio sonoro, mas evoca o meio da visão.
Tudo isto, é apenas um aspeto da atitude do ouvinte, que não pode deixar de se influenciar pelo timbre da voz que ouve.
Certas vozes deixam-no insensível, outras provocam emoções. Há nas vozes um elemento comparável à fisionomia. Não se vê aquele que fala ao microfone – dá-se uma espécie de abolição da sua imagem visual – mas ouve-se, e a tonalidade dessa voz é inseparável da tentativa de um conhecimento do homem.
Chega-se a supor reconhecer o que há de mais profundamente essencial num ser, pela tonalidade da sua voz, muitas vezes mais expressiva do que a sua fisionomia, que pode ser imóvel.
Falar, é um ato no qual aquele que fala, põe todo o seu ser. É por isso que a voz é em muitos casos tão reveladora, e que, mais do que o rosto, descobre quase sempre a individualidade de um carácter.
Assim, uma nova revelação é feita ao ouvinte atento, apresentando-lhe um pormenor importante e sugestivo. Pode ser que a Rádio “apague” tudo quanto uma voz tenha de particular e de original – ou aquele que fala, a deturpe ou a modifique, voluntariamente ou involuntariamente. O ideal será sempre que, aquele que fala, embora sentindo a presença do microfone, se deixe em presença de si mesmo e do seu pensamento. Eis, sem dúvida, o último ponto ao qual a Rádio é capaz de chegar.
Depois de termos enumerado os aspetos diferentes que se podem distinguir na maneira de escutar a Rádio, façamos uma distinção análoga das diferentes maneiras de se exprimir perante o microfone.
- Se não há público que assista, a quem se deve dirigir aquele que fala ?...
Indiscutivelmente, ao aparelho que tem na sua frente, que personifica esse público. A maioria dos que falam ao microfone, dizem que este é singularmente enervante, impedindo muitas vezes o curso normal do pensamento, dificultando a expressão, estabelecendo como uma barreira, entre a palavra e o espírito. O microfone impõe a sua presença aos que falam na Rádio, apesar de não ser mais do que um aparelho. Mas, que se sente um certo embaraço perante este aparelho, é por uma razão grave. O microfone não personifica uma personagem ideal, um radiouvinte imaginário, embora possua um carácter quase “divino” ou mesmo “diabólico”, no sentido em que é um intermediário entre aquele que fala e um número considerável de ouvintes invisíveis.
Ele, tem um poder extraordinário, que a voz não possui – mostra a responsabilidade e o peso da mais insignificante palavra.
Nada lhe escapa, e o seu papel de intermediário é cumprido rigorosamente, levando ao auditório tudo quanto se diga ou faça por meio do som.
Em que tipo de ouvintes pensa um locutor quando fala ao microfone? Quem são eles?
Primeiramente, esses ouvintes são numerosos e ausentes – têm um carácter anónimo.
Com efeito, um locutor (ou apresentador) fala a uma multiplicidade infinita de ouvintes possíveis.
A voz, dirige-se a todos quanto a ouçam ou venham a ouvir através de uma gravação. Consequentemente, a palavra destina-se, não a um ser isolado, não a público mais ou menos numeroso, mas a todos os ouvintes que têm, ou poderão vir a ter a possibilidade de ouvir – a palavra tem um carácter de universalidade potencial.
Parece pois que a Rádio pretende cortar todas as relações entre aquele que fala e quem o escuta, particularmente vivo, situado num ponto determinado do espaço e do tempo.
Em todo o caso, este facto não passa de uma ilusão, pois, ou ouvintes são elementos de um público, embora de características muito diferentes.
Cada ouvinte encontra-se quase sempre só perante o seu recetor. Portanto, no momento em que um locutor fala, dirigindo-se a este público (que normalmente ultrapassa em número qualquer assembleia normal), apenas o faz, na realidade, e um único ouvinte.
É por esta razão que se diz (e justamente) que há, nas comunicações estabelecidas pela Rádio, um certo carácter confidencial. O bom ouvinte, deve sentir-se o único ouvinte.
A Rádio realiza, portanto, um facto extraordinário: dirige-se (deve) a todos os ouvintes. “Uma voz para todos e para cada um”.
É ainda por esta razão que a Rádio pode ter um carácter impessoal e indeterminado – mas também e ao mesmo tempo, um carácter mais íntimo, mais confidencial e mais secreto.
Eis duas possíveis atitudes daquele que fala ao microfone: “Falar para todos e falar para um” e também “Falar a si mesmo”.
Falar para todos e falar para um. No entanto, a atitude melhor, e que atinge o cúmulo das possibilidades de comunicação entre as consciências, é bem outra:


Falar a si mesmo (não é a mesma coisa do que falar de si mesmo)



O locutor, pretendendo comunicar o seu pensamento, como que esquecido do microfone, indiferente aos radiouvintes, consegue estabelecer uma perfeita ligação com quem o ouve.
Aquele que fala na Rádio, antes de falar com outrem, deve falar consigo próprio. Incapaz de comunicar o seu pensamento, se o pretende comunicar, antes de mais nada, que esse pensamento nasça no fundo de si mesmo.
Para comunicar a outrem o seu pensamento, é necessário que este pensamento apareça com a expressão mais profunda do que o homem tem de mais pessoal, e que, no momento em que se procura, precisamente, atingir o maior auditório possível, ele fala sempre como se falasse a si próprio.
Aquele que ouve, no fim de contas, tem também a impressão de que os pensamentos que lhe comunicam são os seus.
Isto só se consegue se o que se comunicou se tornar para quem ouve, o seu pensamento. Daqui se infere que apenas se pode estabelecer uma comunicação atual, viva e espiritual, entre duas consciências. É este o ponto mais alto que a Rádio pode atingir.
Para se persuadir realmente, não se deve procurar a persuasão.
É preciso que o pensamento tenha um carácter espontâneo. Que apresente, só por si, e fazendo parte integrante, uma forma da sua sinceridade e que se expressou seja o testemunho dessa sinceridade. Se esta condição se realizar, os homens apercebem-se de que há, entre eles, uma espécie de fundo comum – o que é verdade para um, também o é para outro.
Logo que nós descemos até às raízes da nossa intimidade, em vez de sermos separados por diferenças intransponíveis, comunicamos, mesmo sem o queremos e sem o sabermos.
O ponto extremo que nos é dado pela Rádio, parece ser, sem dúvida nenhuma, o mesmo que se verifica naquele que fala e naquele que ouve.
Este ponto extremo não se saberá atingir sem se consentir numa outra mediação, que se resume numa contínua atenção sobre nós próprios.

Se alguém lhe pedisse para colaborar num programa de Rádio, qual seria a sua reação? Se você for como a maioria das pessoas, entrará simplesmente em pânico.
Pensará logo: será que possamos melhorar os nossos dotes oratórios?


Claro que sim. Qualquer pessoa o pode, para que seja possível, basta aprender.
Deve ter em conta dois pontos fundamentais: a preparação e a apresentação. Ambas são muito importantes, senão vejamos:
- Deve escolher bem o assunto, o qual deve ser um tópico sobre o qual você tenha opiniões bem firmes. A única maneira de nos sentirmos à vontade diante dum microfone, é entender da matéria que vamos apresentar, e, sobretudo acreditar naquilo que tentamos transmitir (seja em que situação for). Escolha um assunto que interesse diretamente os ouvintes e adapte a eles a sua mensagem;
- Organize com lógica os seus argumentos. Mas você precisa de engendrar um ponto de partida (geralmente uma descrição sumária do assunto que vai falar) e, depois um corpo de texto que enumere os pontos principais. E, por fim, precisa de um final que resuma toda a sua exposição.

Atenção: A palavra em Rádio é muito fugidia, razão que deve repetir sempre e por outras palavras o que se disse anteriormente. Ouvir é muito diferente de ler e até de ver.

- Depois de tudo bem planeado, você vai precisar de ensaiar a melhor maneira de transmitir os assuntos aos seus ouvintes: Se lhe for possível, ensaia em casa sozinho e depois peça a opinião de quem saiba. Nunca tenha receio de uma crítica;
- Seja natural e faça desde logo amizade com os seus ouvintes (um bem muito precioso para que fala aos microfones. Lembre-se sempre que o ouvinte é que faz o favor de o escutar). Dê preferência a termos simples e a frases curtas (mais fáceis de ficar no ouvido do ouvinte);
- Haja sempre com naturalidade e segurança (nada de falsas personalidades e pense que o ouvinte já há muitos anos aprendeu a ouvir Rádio). Se por acaso se apercebeu que cometeu algum deslize, não tente emendar. Se por acaso se esqueceu do que ia a dizer a seguir, guarde consigo esse segredo, pois, os outros não o vão saber (a menos que você lhes diga). Nestes casos meta um pouco de música instrumental que poderá interromper a qual altura, ao contrário da música cantada que nunca deverá ser interrompida. Depois siga com outro tópico. Não fale muito e tenha sempre a preocupação de não saturar o ouvinte. Nunca se esqueça que a grande e imprescindível decoração da Rádio, é a música.

ATENÇÃO: Nunca grite para o microfone pois ele não é surdo! fale para ele como se fosse um amigo que estivesse àquela distância.

A Rádio foi o primeiro meio de comunicação ao dispor do homem moderno, que assumiu este aspeto fascinante: falar, ao mesmo tempo, a um indivíduo e a uma massa coletiva.
Saliente-se, no entanto, mais uma vez, o facto essencial de a Rádio se dirigir especialmente a um só ouvinte isolado, embora atingindo simultaneamente uma soma considerável de outros ouvintes também isolados, que, no seu conjunto, formam uma autêntica multidão onde cada elemento se encontra separado dos outros por compartimentos estanque.
No entanto, este isolamento pode não ser físico, e muitas vezes não o é – mas sim um isolamento interior. Este carácter íntimo da comunicação radiofónica é de tal forma imperioso, que ele determina o estilo dos trabalhos radiofónicos.
A Rádio veio impor modificações profundas nos hábitos e na maneira de viver dos homens modernos. É, talvez difícil ter-se a medida exata desta interferência, tal como não é fácil atinar com a sua razão fundamental. Parece que a Rádio pôs fim a uma espécie de isolamento no qual vivia o homem. Muitos seres humanos que antes do aparecimento da Rádio, se sentiam e realmente se encontravam isolados, têm agora o sentimento de fazer parte de uma comunidade. A mensagem fraternal da Rádio é permanente, regular, insistente.
Uma nova forma de comunicação foi estabelecida: os ouvintes sentem-se menos sós e participam na vida social. Atinge-se assim, um ponto extremamente importante. A reação instintiva contra um sentimento de solidão, por um lado, e a tomada de consciência coletiva (que muitos consideram uma autêntica revolução), por um lado, são como uma réplica interior ao carácter bivalente da Rádio.
Pelo que se sabe do ouvinte, verificamos claramente que a luz não vira do seu lado, limitando-se este, a exigir que a Rádio o informe, a desejar que a Rádio o divirta e a aceitar que a Rádio o eduque.
Informar, divertir e educar, eis o que pedem à Rádio os ouvintes, cada um colocado no seu campo vedado. Caracteriza-se assim a massa ouvinte: conjunto de elementos individuais, conjuntos de compartimentos habitados – enorme colmeia, onde, em cada alvéolo, existe um recetor e um ou mais ouvintes isolados entre si.
A profissão de um profissional de Rádio, cada vez é mais exigente. Exige-se dele que tenha sempre presente o desejo de trabalhar para todo o auditório, e, só depois para o seu gosto pessoal, assim como o gosto dos amigos, estes, muitas vezes, responsáveis morais de uma fraca qualidade que alguns programas radiofónicos apresentam.
A produção radiofónica tem um papel muito importante a cumprir: Divulgar, Ensinar, Entreter.
No entanto, ponhamos desde já de sobreaviso todos quantos se dedicam ao assunto ou se interessam por eles, contra os maus resultados de certa “cultura popular”, arremedo da verdadeira cultura, utilizada pelos mais divulgadores ou por aqueles que, sem altura para tanto, pretendem tratar assuntos de nível elevado. E aqui é como o povo diz:”A ignorância é muito atrevida”.


NADA CUSTA FAZER - É PRECISO É SABER FAZER !


A Rádio, neste aspeto, necessita de especialistas, pois é muito mais difícil divulgar pela palavra falada do que pela palavra escrita. Quando são abordadas ideias totalmente novas, que requerem “segunda leitura”, o auditório fatiga-se, satura-se, perde-se e não acompanha.
Para se fazer compreender pela Rádio, há regras estabelecidas e pequenas subtilezas na elaboração dos textos para serem lidos ao microfone, que são imprescindíveis.
Uma Rádio que nunca ou quase nunca se destina à reflexão pessoal, à ânsia de aprender, que não estimula no auditório a vontade do estudo ou de investigação – não cumpre um dos seus principais pressupostos. Os outros (e também muito importantes, são a Informação, a Divulgação e a Música, esta adequada ao auditório que a Rádio tenha e conforme os horários que é mais ouvida).



A MÚSICA É A DECORAÇÃO RADIOFÓNICA !


Como também não estão a cumprir aqueles que não veem na Rádio um meio excelente de educar o povo, e, que partindo “à prior” deste princípio errado, desprezam um valor social inestimável e uma arma contra a ignorância.
Não se pode escrever para a Rádio como se escreve, por exemplo, para um jornal ou revista. Não é unicamente porque os meios são diferentes, que suportam mal os efeitos literários e o tom enfático que a imprensa permite; é, principalmente, porque o fim é outro, porque a escuta difere da leitura, porque essa escuta tem condições que levam o ouvinte ao uso do esforço mínimo e porque ouvir não é o mesmo que ler.
O ouvinte encontra-se quase sempre sem compromisso de entrega, sem conceder ao locutor (ou apresentador) uma atenção muito especial e recusando-se, muitas vezes, à boa-vontade que daria a compreensão de um texto qualquer que lesse.
O ouvinte pensa que o locutor (ou apresentador) deve – e pode – imputar-se-lhe uma adesão, um esforço de compreensão, uma disposição para receber o espetáculo radiofónico que provocou (ou procurou) voluntariamente.
A um ouvinte, embora se lhe pudesse pedir outro tanto, retira-se-lhe esse compromisso, atendendo ao carácter quase imperativo da Rádio e não à determinação dos seus programas perante seu público; é, por assim dizer, um espetáculo que se impõe e que não tem em conta o direito do espectador.
Além disso, o ouvinte é vítima do carácter fugidio da impressão auditiva. Se, durante uma leitura, se encontram passagens de compreensão mais difícil, o leitor pára e reflete, relê e pensa.
Na Rádio, esta suspensão é impossível. Aquele que escreve, lê ou fala, tem de saber que, se o ouvinte “perder o fio à meada”, dificilmente o torna a apanhar...
Por isso, quem escreve para a Rádio, deverá recorrer às repetições necessárias à compreensão auditiva, sem entrar em exageros.
O escritor, evita as repetições, tanto de palavras, como de ideias – concentra, apura, sintetiza.
Esta preocupação deve desaparecer, quando se escreve para a Rádio, mas tendo sempre em atenção que, de uma maneira geral o ouvinte prefere um texto curto e simples.
O laconismo e a simplicidade constituem o melhor meio de elaboração de um texto radiofónico, capaz de servir e maioria, pois é difícil achar meio termo que permita o tom suficiente oral um e para todos.
A tolerância do ouvinte é também um pormenor a ter em conta, pois o seu sentido crítico apura-se, requinta-se.
Não é necessário um estudo longo do assunto para se reconhecer que, dadas as particularidades do meio que serve, a heterogeneidade do público, etc., a redação radiofónica é condicionada a valores diferentes dos da simples leitura.
Escrever para a Rádio, sem ter presente que o fim é totalmente diferente daqueles que se visa ao escrever para um jornal ou livro, é arriscar-se a não ser percebido e não atingir o que se pretende, independentemente do grau literário e gramatical que se escreve.


INFORMAÇÃO RÁDIOFÓNICA


O Jornalismo falado pode talvez ser considerado como uma regressão, pois a comunicação verbal das notícias procedeu à invenção da Imprensa.
Infelizmente, a Rádio obriga a uma compreensão imediata, pois a leitura das notícias faz-se de uma só vez, e não se repete no mesmo noticiário.
O jornal permite Segunda leitura imediata; a Rádio não proporciona segunda audição. Se o ouvinte não percebeu totalmente, os detalhes serão esquecidos, os nomes modificados, as cifras alteradas, e as ideias, pelo menos, adulteradas.
E, para terminar este quadro, também pode estar em jogo um mau ouvinte, que não preste à leitura do noticiário toda a atenção necessária.
Pelo que se disse, nota-se perfeitamente uma certa semelhança da Imprensa com a Rádio, mas atenção, aquela tem a forma global e, esta tem a forma analítica, o que quer dizer que qualquer texto de jornal, em radiodifusão terá que ser apresentado m forma de comentário, e não deverá exceder a terça parte (o máximo) do corpo escrito.
E aqui, abrindo um “parêntesis”, aconselhamos que façam sempre um comentário às notícias dadas, que poderá ser de forma global.
Também sabemos que, como qualquer indústria, a Rádio, como organização, é suscetível de enfeudamentos, diretrizes patronais, regulamentos limitadores, que determinam irrevogáveis de trabalho, nem sempre ao gosto do ouvinte médio, para quem a Rádio deve trabalhar.
A experiência de outras profissões, ensinou-nos que a incompetência pode ser tão noviça como a má intenção.
Houve um período, quando apareceram simultaneamente muitas Rádios, nem dando tempo a um autodidatismo eficaz, e o método de aprender pelo trabalho, foi o único possível.
Mas esta desordenada aprendizagem, provou pelos seus resultados que é possível ao “prático”, não saber tudo o que poderia saber ou tê-lo aprendido com prejudicial lentidão.
E dá-se, muitas vezes o caso de se aprender a fazer várias coisas de um só modo, quando existem soluções diferentes mais aconselháveis.
Tradicionalmente, é também a teimosia do profissional, capaz de continuar a usar um método já ultrapassado ou ineficaz, só porque aquele foi o seu método.
Sabem que o êxito de uma frase passa pela respiração oportuna, transições de tom e inflexões apropriadas?


A FALA


As crianças normais, atravessam todas as mesmas fases para aprender a sua língua materna, e conseguem mais ou menos ao mesmo tempo. Quer estejam privadas do contacto com ela, ou ainda que sejam estimuladas pelos pais, a praticar exercícios para o seu desenvolvimento.
Com apenas alguns anos de idade, as crianças ficam de posse integral do sistema linguístico, que lhes permite pronunciar e compreender frases, que nunca tinham ouvido antes.
Ao contrário do que acontece com esse ordenado amadurecimento (facto extraordinário que se processa espontaneamente), muitas crianças têm dificuldade de aprender a ler ou a fazer operações aritméticas, mesmo que recebam um bom número de horas de instrução. A criança vai aprendendo a sua língua, ao ouvi-la falar às pessoas que a rodeiam – embora essa linguagem seja tão complexa, que são necessárias páginas e mais páginas de diagramas, fórmulas e notas explicativas, para avaliar qualquer pronunciamento feito através dela, ainda que breve.
Durante o resto da sua vida, a criança irá dizer frases que nunca ouviu, e, quando está a pensar ou a ler, mesmo assim estará na realidade a falar consigo própria.
A Rádio poderá dar uma forte contribuição para a aprendizagem da língua materna às crianças.
Sem dúvida, a voz e o seu completo domínio, constituem a base do trabalho da maioria de determinados profissionais da Rádio, embora, frequentemente, seja notório que alguns locutores têm na voz o ponto mais débil da sua atuação.
A base fundamental para se adquirir uma boa voz, consiste numa eficaz respiração que facilite a obtenção da maior quantidade de ar, com o menor esforço possível, numa inspiração rápida e silenciosa – e uma expiração regular e controlada, também, num mínimo de interferências com o mecanismo que produz os tons na garganta.
Falar bem, com a voz sonora, ou é um hábito sem mérito, ou, um produto de exercícios. São raras as gargantas privilegiadas.
Melhorar a qualidade da voz, requer prolongados estudos, e, há um sintoma que pode orientar aquele que pretende essa melhoria de voz. Esse sintoma é o esforço. Quem fala com esforço, quem atinge este ou aquele efeito vocal, este ou aquele tom, por intermédio de um esforço considerável, terá de corrigir a sua maneira de falar.
A maioria das vozes desagradáveis, ou, cansadas, é consequência da falta de simplicidade na emissão vocal.
Um timbre demasiadamente agudo ou metálico, uma voz mal colocada, provocam fadigas, inflamações (com o seu infindável cortejo de anginas, rouquidão, etc.) e, muitas vezes causa a perda definitiva da voz.
Nunca se deve empregar a voz até ao limite do seu volume. Qualquer exercício que canse ou cause irritação, é um mau exercício, ou mal praticado.
A voz profissional (e só a esta nos referimos) deverá sempre ter como apoio uma respiração que arranque do diafragma, deixando todos os músculos em distensão.
Para obter maior volume, deve alimentar-se a pressão da respiração ao expirar, mas sem elevar a altura do som.
Numa consideração muito breve e mais simples, diremos que, o trabalho ao microfone, exige, quase sempre, um prolongamento das vogais e uma livre vibração das cordas vocais, num total uso de todas as ressonâncias.

 Algumas considerações:

 - Ausência de ímpetos súbitos – relâmpagos de voz – quando não intencionais;
- Altura exata (entre o tom íntimo e o falar alto), deve preferir-se o tom íntimo, sem prejuízo de um timbre suficientemente sonora;
- Descontração (a voz oprimida é desagradável), devendo falar-se com a voz livre e fácil;
- Tom de nível médio (a voz situada, como instrumento vocal, na gama própria. Continuando a tentativa de resumir, terminaremos por afirmar que, a voz falada ao microfone, exige a aplicação de uma técnica especial, que não se pode inventar, nem mesmo quando se possuam verdadeiros dotes vocais. Esse técnica, tem de se aprender, e, pode-se resumir-se assim:
- Boa respiração, suave e silenciosa;
- Emissão fácil, com a voz bem situada “para a frente”; para facilitar o diafragma, tente falar sempre com a ponta do nariz um pouco empinada;
- Articulação dos maxilares claros e, por vezes, exagerada;
- Pronúncia impecável;
- Tom na gama média (variável de indivíduo para indivíduo);
- Dicção lenta, bem matizada (devemos fazer uma bem estudada simbiose entre os tons graves e os tons agudos);
- Expulsão regulada e vagarosa do ar pulmonar;
- Pronúncia até ao fim da última sílaba de cada palavra, recalcando os finais das frases – nunca “comer” as últimas sílabas de cada palavra.

Estas exigências implicam uma diminuição da rapidez de dicção. Por isso, o profissional de Rádio que usa a voz ao microfone, deverá falar com mais lentidão e com mais força do que na vida corrente.
Na Rádio, a interpretação vocal falada constitui, sempre não só base do trabalho, como também a única ao alcance de muitos dos seus profissionais. O trabalho de quase todos os locutores (ou apresentadores), baseia-se no trabalho dos autores, realizadores e redatores – sem esquecer os sonoplastas (também chamados assistentes).
A atuação radiofónica do locutor, do apresentador, do conferencista, do cronista, etc., exige que essa interpretação vocal se baseie numa dicção clara e num frasear correto (deve ler com o sentido da frase, sem perder qualquer som emitido).
Cada frase, encerra uma imagem que lhe dá o seu verdadeiro sentido. Esta imagem, pode ser representada por uma só palavra, ou por um conjunto de palavras, que chamaremos “palavra (ou palavras) de valor”.
Ao dizer a frase, fixar-se-á o destaque principal (acento, mais ênfase, mais força, etc.) nestas palavras de valor, concentrando nelas toda a atenção, embora sem aumentar o volume da voz.
As frases possuem, muitas vezes, vários acentos e, neste caso, terá que dar-se a preferência a um, que será o dominante, sendo os restantes secundários.
Até o locutor interpreta quando lê um noticiário, pois, procurará dar a sensação de uma total ausência de adesão, precisamente através de uma interpretação. Ao interpretar (ou ler, se preferimos um texto, apenas e exclusivamente de acordo com o sentido da frase, este notará imediatamente que a pontuação gramatical não corresponde, quase sempre, ao modo natural de dizer a frase, nem origina inflexões necessárias – isso, obrigá-lo-á a estabelecer certas “regras de fraseio”, que se tornam inseparáveis da locução ou da interpretação radiofónica.
Estas regras determinam-se por meio de pausas, da mais variada duração. Assim, a pausa pode ser um breve instante (tempo de respiração) ou, alcançar uma duração considerável (ponte de transição).
Do valor artístico e estético destas pausas, e o seu aproveitamento, depende o êxito pela ordenação da frase – respiração oportuna, transições de tom e inflexões apropriadas.
Eis as principais “regras de fraseio” aplicáveis à Rádio:
- A vírgula não significa forçosamente uma pausa breve – em muitos casos deve ignorar-se;
- Faltam, num texto para ser lido ao microfone, com muita frequência, os sinais gramaticais respetivos – neste caso, deverá fazer-se uma pequena pausa;
- O ponto e vírgula, pode significar, tanto uma pausa breve como uma pausa prolongada – terá que definir-se de acordo com o sentido do texto;
- O ponto final não significa sempre um abaixamento de voz, embora, signifique sempre uma pausa grande;
- As reticências significam, geralmente, quando incluídas no meio de uma frase, pausas breves, sem que a voz caia ou se torne mais grave – quando se pretender dar a impressão de que se procuram as palavras, o tom deve permanecer o mesmo, ou, deve subir, independentemente da pausa ou das pausas que se efetuarem;
- As reticências, no final de uma frase, significam uma ideia inacabada, devendo provocar uma pausa muito lenta. Isto é, o locutor ou interprete deve completar a frase mentalmente, tratando de não fazer um corte súbito onde começam as reticências – se por falta de concentração do contracenante (nos programas feitos por mais de uma pessoa), se este não “entrar” a tempo, o primeiro, ao ler as reticências, deve, automaticamente, completar a frase que devia ter deixado incompleta ou em suspenso;
- O final das frases, independentemente da pausa que provocam, não deve precipitar-se ou perder-se. Em teatro, diz-se muitas vezes “não deixar cair os finais”, o que não se aplica em Rádio, visto que a voz baixa quase sempre onde, definitivamente, se conclui uma ideia:
- É preferível abrir uma pausa sem justificação estética, a não ter ar para emitir claramente um som vocal; confundir o som das vogais, ou pronunciar defeituosamente;
- O ponto de interrogação determina uma grande pausa, antes do começo da pergunta – quando a frase começa com um elemento interrogativo – tal como “porquê?” – “onde?” – “quem é?” – etc.. Também existem perguntas que são, na verdade, exclamações, e é como tal que se devem ser inflacionadas.
Saber dizer uma frase com o seu acento lógico, aplicando as pausas de modo inteligente, é indispensável para o locutor, e também a todos que falam pelo microfone.
Uma vez vencido o respeito da pontuação gramatical (só a que se deve ignorar) deve ler-se para a locução, quer para a interpretação propriamente dita, de acordo com o verdadeiro sentido da frase.
Se se lhe juntar uma dicção clara e o conhecimento das “regras de fraseio”, a palavra falada atinge, pela Rádio, o valor único que este meio lhe concede e que, simultaneamente, lhe exige.


FALAR NÃO É DECLAMAR!


Trabalho de Carlos Leite Ribeiro (Excerto de textos de Formação que dei para Animadores/Locutores de Rádio, não só para portugueses mas também para brasileiros)

Margarida Reimão

Homenagem a Margarida Reimão - Grande Escritora/Poetisa da Bahia (Salvador)

 



Trabalho de Carlos Leite Ribeiro
Margarida Reimão dos Reis de Araújo nasceu em 04/09, em Salvador BA; depois morou alguns anos em Vila Velha ES, retornando mais tarde a Salvador.
Filha de Gonçalo Antônio dos Reis e Maria Pereira Reimão.

Formação acadêmica:

Licenciatura plena em Letras - UCSsal - BA
Administração de Empresas – Escola Baiana para Executivos
Secretariado Executivo – Universidade para o Trabalho - BA
História, com defesa de tese sobre o Perfil da Sociedade Grega, na Universidade de Brasília,
Introdução à Psicanálise – Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória.
Língua Francesa - Aliança Francesa
"Não se pode ter certeza do dia seguinte; senão o existir ficará uma sucessão de dias e de noites sem desafios. Somos borboletas errantes que precisamos inventar nossas venturas e conquistar as sementes para os próximos sonhos." (Margarida Reimão)
"Por que evitar a música do encontro. Por que não se deixar tocar numa carícia, sem recusas, deixando o tímido afago prender as pontas dos dedos e fazer-se um vulcão?" (Margarida Reimão).
Baiana de nascimento, residindo no Estado do Espírito Santo desde 1995, a trajetória de Margarida Reimão pelo mundo das letras começou aos sete anos quando fazia a segunda série do curso primário e, vida afora, dedicou-se a escrever. A professora pediu-lhe uma redação sobre a chuva. Ela criou uma estória onde a personagem conversava com a chuva e pedia que molhasse os campos mas, não chovesse em seu guarda-chuva, velho, cujas bolinhas do estampado, deixava passar pingos d’água.
Na devolução do trabalho recebeu da professora o maior dez possível, em vermelho, de ponta a ponta da folha pautada. Aquele foi seu grande incentivo, e talvez por isso, nunca mais parou de escrever. Editou o primeiro livro catalogando as prosas e poesias da juventude em 1982, e de lá até aqui, foram escritos mais de uma dúzia de livros, muitas prosas, poesias, contos e crônicas.
"A vontade tem um quinhão muito grande na vida de Margarida Reimão e, de braços dados com tal sentimento eis que surge a figura proporcional e agradável, de pele tipo morena e um sorriso encantado da cabocla cuja presença de flor vem do nome.
Margarida Reimão é escritora; tinha que ser, viver somente não seria o bastante para tamanha vontade, tinha que contar, tinha que gravar e assim marcou sua presença sob a forma de livros...
Mas, se a natureza fez a sua parte Margarida não se descuidou, estudou, preparou-se e, assim, preparada ela segue escrevendo livros.
O penúltimo foi diferente: a autora e a personagem eram os mesmas e a historia deixou de ser ficção e foi muito difícil de ser contada, ainda mais na primeira pessoa, A PONTE DA PASSAGEM. Nele Margarida contou como vivenciou o grande desafio - um câncer -, e continuou a viver e a escrever livros.
Lançou o livro em maio de 2001, já esgotado, e em janeiro/2002, terminou O CONTO QUE EU VOU CONTAR (inédito). Que bom seria se a gente pudesse, ou se eu pudesse, juntava Margarida a outras tantas que poderiam continuar a viver porque sempre somariam. Vamos torcer para que essa baiana de nascimento ainda nos sorria muito e nos presenteie sempre com seus clones em forma de livros. "
(Roberto Lírio – webmaster).

Livros escritos, com resumido comentário dos Editores:

O CONTO QUE EU VOU CONTAR – (2001 – inédito) contos alegres, com histórias de amor e encontros, dando pinceladas em vidas passadas das personagens, construindo lendas milenares num sabor muito especial para os amantes da boa leitura.

A PONTE DA PASSAGEM – (2001) – É uma narrativa na primeira pessoa onde não existem personagens fictícias e a realidade ajuda a desbloquear os corações aflitos e geminados com o fato de terem tido, ou estarem passando pelo mesmo "calvário" que ela passou, um câncer. O livro, com certeza, é um segmento de auto-ajuda e, milhares de pessoas precisam das palavras de Margarida Reimão, que compartilha esperança e palavras para tornar possível os sentimentos de amarguras momentâneas, vez que o espírito é secular e o tempo é o pai de todas as discórdias e dores. (Os Editores).
"Sei que inúmeras vezes precipitei minhas partidas, abandonei o que precisava ser retido, fiquei de pé quando o correto seria ajoelhar-me. Entretanto, sujeita às falhas, tracei a vida num mapa claro, bem delimitado pela honra, pela lisura e ainda cerquei os limites com lagos e mares de lágrimas derramadas desde a infância".
"A vida é um jogo e quando a gente atenta pode já ter sido iniciado, mas não deixemos que as primeiras apostas sejam as definitivas. Guardemos o silêncio especular entre as frestas cinzentas dos infortúnios e sepultemos toda fadiga para lograr o êxito dos vencedores. (Margarida Reimão – trechos do livro A PONTE DA PASSAGEM).

CROSSING THE BRIDGE (2001) versão em inglês do livro A PONTE DA PASSAGEM, traduzido por Márcia K. Lee-Smith.
Even when our house burns in fire this can be God’s hands. He provides strength to His children, and the casuality can be the big door for the right things". (Margarida Reimão – trecho de Crossing The Bridge)

ANTOLOGIA EROS DE POESIA (2001) - Uma declaração de amor ao amor de toda gente (PD Editora – Literatura – São Paulo). " Quando um corpo esbarra em outro corpo e o eriçar de pêlos denuncia a tormenta iminente não há fuga possível quando um corpo esbarra em outro corpo e os olhos indagam possibilidades. O amor é uma interrogação permanente um vislumbre, um alento, uma loucura fuga e encontro vida e morte." (Nalu Nogueira, escritora e Diretora da Editora PD Literatura – São Paulo).
As poesias premiadas de Margarida Reimão. Primeiro lugar Nacional – Canção do Amor e Seus Sóis, Editora Shan (Porto Alegre- RS) e Fogo Serpentino – do Concurso Eros de Poesia Sensual – PD Literatura (São Paulo).

25 ANOS DEPOIS – romance (1996). Uma história de amor de dois adolescentes que se reencontraram 25 anos depois.
"Abraçaram-se em temperança visceral que refletia todo afeto, toda a chama e todas as promessas de renovação. Ali estavam duas pessoas que se atreviam a declarar e a viver um amor guardado por muito tempo, mesmo que aparentasse ser fora de hora, ou de propósito, mesmo que despertasse a ambigüidade dos cépticos, o silêncio dos ponderados, o enigma dos misteriosos, a secreta ironia dos sorridentes, a contundência dos agressivos, a remota paralisia dos omissos. Eles estavam cheios de amor e derramavam-no em cascatas esmagadoras, não poupando nem mesmo os objetos inanimados. Não havia medo entre eles, pareciam inatingíveis a qualquer peleja, oculta ou mística, ossuda ou patética. Por isso, soavam estranhos, como se não humanos, como se fizessem parte de um recém descoberto planeta. (Margarida Reimão – trecho do livro 25 Anos Depois)

CEM CRÔNICAS – Coletânea de diversas crônicas e ensaios. É uma boa conversa com o leitor que parece estar sentado em frente à autora, ouvindo seus "causos".

O ESPELHO DE AGNES - romance (1995). "O universo da mulher e a ventura no sentido de que os seus anseios e propósitos sejam concretizados como grandes acontecimentos" (Os Editores - Contemp).
"Os olhos de sol, cansados de tanta emoção cruzaram aqueles de onça mansa matreira e escorregadia no refego da presa. Eram seus conhecidos, apesar da distância do palco, ela podia divisar e não economizou para passar atrás vinte e sete anos. Desenrolou o carretel do tempo e viu que tudo era igual: as vestimentas, as expressões dos rostos... pequenas modificações foram acrescentadas mas o quadro era o mesmo...
Sei que sou um fantasma e só me trouxe aqui por ser de fato, invisível aos olhos de todos. Aceite as rosas, por favor. Ela estirou as mãos aquiescendo. – Aos meus olhos não precisava. – Mas aos meus ímpetos precisava. Felizes aqueles que, mesmo tardiamente, aprendem a manifestar sua humildade e a se expor tão severamente aos desgostos de quatro gerações. Aqui não me cabe. Vim apenas como um pagador de promessas ao seu santo, nada mais!" (Margarida Reimão – trechos do livro O ESPELHO DE AGNES).

VICTÓRIA - romance (1993). "Uma história quente de amor e vida, cujas personagens retomam o sentido fugaz da paixão e busca a liberdade, inserindo-se num cotidiano que estabelece toda uma época. (Os Editores - Galden’s/Contemp).
"Havia uma sede, uma fúria braba como uma fogueira que queimava lá dentro. Foi duro achar meus pedaços. Entrei em profundo luto, dei um tempo para mim, comparei minhas mágoas com meus sonhos e vi que, apesar dos sofrimentos, os sonhos ganhavam; mas, que iria fazer com tantos sonhos? Eles não servem para nada... Na minha ressurreição interna vi que sem os sonhos nada se constrói. Eles são a mola mestra e exigem respeito."
"Ficaram na varanda até bem tarde, acordando-se como as flores dos espinheiros silvestres. A emoção das revelações lhes doíam, a reflexão lhes gerava uma saudade que sabiam terem que enfrentar. Haviam sido chamados pelo amor. Todavia, os caminhos eram por demais torpes e não os conduziriam a alegria de estar, porque a vida prática ganhava o jogo. Po isto, sobravam-lhes poucas opções. Estavam tristes com aquelas escavações." (Margarida Reimão - trechos do livro VICTÓRIA).

A OUTRA FACE DA FACE – (1992) prosas e poesias. "Insere-se aos grandes valores da literatura brasileira, por sua técnica estilo e conteúdo extremamente contemporâneos. Seus temas são bem variados – do amor à liberdade..." (Os Editores - Galden’s/Contemp).

CARTAS A UM DESCONHECIDO (1987) - prosas e poesias. São cartas "proseadas", outras são versos livres, esperançosos, saudosos, alheios, inteiros, indeterminados, partidos... mas, certamente, têm endereço certo no coração, ou na razão das pessoas. (Os Editores Contemp).

O CONTO QUE NÃO CONTEI – contos (1984) –"Personagens persistentes e irreverentes, um amontoado de ilusões, uma pitada de confusão, surpresas gostosas... são os ingredientes do deste livro de Margarida Reimão". (Contemp Editora).

CANTO AO VENTO (1983). Poesias. "Um registro dos sentimentos mais primários e mais etéreos – uma condensação do ser e do sentir". (Os Editores: FEBAE ).
EGO LUZ – (1983). Coletânea de poesias, onde participam diversos autores baianos (FEBAE).

BARCO À DERIVA – 1982 – Poesias e prosas. "Barco à Deriva foi o encontro com minha "fossa", minha solidão e minhas alegrias", diz Margarida Reimão.

Outras Informações:

Margarida Reimão escreveu em diversos jornais. Criou boletins literários e trabalhos voltados para a literatura. É Membro da Sociedad de Escritores y Artistas de Bolívia, desde 1989. Membro do Conselho Consultivo da Federação Baiana de Escritores/FEBAE, desde 1984. Membro da Galden’s/CONTEMP, desde 1987, associada da REBRA - Rede de Escritoras Brasileiras, desde 1999, Coordenadora do Magazine lusitano, (Lisboa/Algavre – Portugal) "Cá Estamos Nós" CEN, nos Estados do Espírito Santo e Bahia, desde 2000.
Foi jurada do Concurso Lagoa do Abaeté, em Salvador - Bahia em 1983, 1986 e 1991 e jurada de diversos concursos literários realizados em Salvador-BA, entre 1982 a 1994.
Na área de Psicanálise tem se dedicado a estudar e a participar de Simpósios, Cartéis e Congressos ligados à Arte e aos escritos. Eis alguns dos mais importantes: "A Dor e a Arte" . " A dor e a dor de existir". "Do Inacabamento da Imagem ao Escrito". "A dor e a Criação". "Amor, Dor e Êxtase na Criação Literária". "Da Tragédia ao Desejo – Uma Passagem". "O Nascimento e a Morte nas Tragédias". "A Erótica na Narrativa". "A Ciência na Ótica do Artista".
Esotérica, crítica, perfeccionista, gravita em sua própria órbita como muitas de suas personagens, recomeçando em todo amanhecer, extraindo de si toda essência e ficando sempre disposta às coisas novas.
"Os movimentos da vida são diminutos, se não prestarmos bem atenção tudo fica preso no carretel do tempo." (Margarida Reimão).
"Andei tanto e tenho muito a percorrer. Quantas lembranças me rodopiam, é minha vida passada a limpo. Continuarei nas divagações mas terei coragem de percorrer o corredor porque sei que as pessoas vão e muitas não voltam jamais, cada tempo tem um abrigo, uma esperança, outros sonhos.." (Margarida Reimão).


E.books de Margarida Reimão


Homenagem póstuma a Margarida (Marga)
Trabalho de Carlos Leite Ribeiro - Marinha Grande - Portugal