Margarida Reimão

Homenagem a Margarida Reimão - Grande Escritora/Poetisa da Bahia (Salvador)

 



Trabalho de Carlos Leite Ribeiro
Margarida Reimão dos Reis de Araújo nasceu em 04/09, em Salvador BA; depois morou alguns anos em Vila Velha ES, retornando mais tarde a Salvador.
Filha de Gonçalo Antônio dos Reis e Maria Pereira Reimão.

Formação acadêmica:

Licenciatura plena em Letras - UCSsal - BA
Administração de Empresas – Escola Baiana para Executivos
Secretariado Executivo – Universidade para o Trabalho - BA
História, com defesa de tese sobre o Perfil da Sociedade Grega, na Universidade de Brasília,
Introdução à Psicanálise – Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória.
Língua Francesa - Aliança Francesa
"Não se pode ter certeza do dia seguinte; senão o existir ficará uma sucessão de dias e de noites sem desafios. Somos borboletas errantes que precisamos inventar nossas venturas e conquistar as sementes para os próximos sonhos." (Margarida Reimão)
"Por que evitar a música do encontro. Por que não se deixar tocar numa carícia, sem recusas, deixando o tímido afago prender as pontas dos dedos e fazer-se um vulcão?" (Margarida Reimão).
Baiana de nascimento, residindo no Estado do Espírito Santo desde 1995, a trajetória de Margarida Reimão pelo mundo das letras começou aos sete anos quando fazia a segunda série do curso primário e, vida afora, dedicou-se a escrever. A professora pediu-lhe uma redação sobre a chuva. Ela criou uma estória onde a personagem conversava com a chuva e pedia que molhasse os campos mas, não chovesse em seu guarda-chuva, velho, cujas bolinhas do estampado, deixava passar pingos d’água.
Na devolução do trabalho recebeu da professora o maior dez possível, em vermelho, de ponta a ponta da folha pautada. Aquele foi seu grande incentivo, e talvez por isso, nunca mais parou de escrever. Editou o primeiro livro catalogando as prosas e poesias da juventude em 1982, e de lá até aqui, foram escritos mais de uma dúzia de livros, muitas prosas, poesias, contos e crônicas.
"A vontade tem um quinhão muito grande na vida de Margarida Reimão e, de braços dados com tal sentimento eis que surge a figura proporcional e agradável, de pele tipo morena e um sorriso encantado da cabocla cuja presença de flor vem do nome.
Margarida Reimão é escritora; tinha que ser, viver somente não seria o bastante para tamanha vontade, tinha que contar, tinha que gravar e assim marcou sua presença sob a forma de livros...
Mas, se a natureza fez a sua parte Margarida não se descuidou, estudou, preparou-se e, assim, preparada ela segue escrevendo livros.
O penúltimo foi diferente: a autora e a personagem eram os mesmas e a historia deixou de ser ficção e foi muito difícil de ser contada, ainda mais na primeira pessoa, A PONTE DA PASSAGEM. Nele Margarida contou como vivenciou o grande desafio - um câncer -, e continuou a viver e a escrever livros.
Lançou o livro em maio de 2001, já esgotado, e em janeiro/2002, terminou O CONTO QUE EU VOU CONTAR (inédito). Que bom seria se a gente pudesse, ou se eu pudesse, juntava Margarida a outras tantas que poderiam continuar a viver porque sempre somariam. Vamos torcer para que essa baiana de nascimento ainda nos sorria muito e nos presenteie sempre com seus clones em forma de livros. "
(Roberto Lírio – webmaster).

Livros escritos, com resumido comentário dos Editores:

O CONTO QUE EU VOU CONTAR – (2001 – inédito) contos alegres, com histórias de amor e encontros, dando pinceladas em vidas passadas das personagens, construindo lendas milenares num sabor muito especial para os amantes da boa leitura.

A PONTE DA PASSAGEM – (2001) – É uma narrativa na primeira pessoa onde não existem personagens fictícias e a realidade ajuda a desbloquear os corações aflitos e geminados com o fato de terem tido, ou estarem passando pelo mesmo "calvário" que ela passou, um câncer. O livro, com certeza, é um segmento de auto-ajuda e, milhares de pessoas precisam das palavras de Margarida Reimão, que compartilha esperança e palavras para tornar possível os sentimentos de amarguras momentâneas, vez que o espírito é secular e o tempo é o pai de todas as discórdias e dores. (Os Editores).
"Sei que inúmeras vezes precipitei minhas partidas, abandonei o que precisava ser retido, fiquei de pé quando o correto seria ajoelhar-me. Entretanto, sujeita às falhas, tracei a vida num mapa claro, bem delimitado pela honra, pela lisura e ainda cerquei os limites com lagos e mares de lágrimas derramadas desde a infância".
"A vida é um jogo e quando a gente atenta pode já ter sido iniciado, mas não deixemos que as primeiras apostas sejam as definitivas. Guardemos o silêncio especular entre as frestas cinzentas dos infortúnios e sepultemos toda fadiga para lograr o êxito dos vencedores. (Margarida Reimão – trechos do livro A PONTE DA PASSAGEM).

CROSSING THE BRIDGE (2001) versão em inglês do livro A PONTE DA PASSAGEM, traduzido por Márcia K. Lee-Smith.
Even when our house burns in fire this can be God’s hands. He provides strength to His children, and the casuality can be the big door for the right things". (Margarida Reimão – trecho de Crossing The Bridge)

ANTOLOGIA EROS DE POESIA (2001) - Uma declaração de amor ao amor de toda gente (PD Editora – Literatura – São Paulo). " Quando um corpo esbarra em outro corpo e o eriçar de pêlos denuncia a tormenta iminente não há fuga possível quando um corpo esbarra em outro corpo e os olhos indagam possibilidades. O amor é uma interrogação permanente um vislumbre, um alento, uma loucura fuga e encontro vida e morte." (Nalu Nogueira, escritora e Diretora da Editora PD Literatura – São Paulo).
As poesias premiadas de Margarida Reimão. Primeiro lugar Nacional – Canção do Amor e Seus Sóis, Editora Shan (Porto Alegre- RS) e Fogo Serpentino – do Concurso Eros de Poesia Sensual – PD Literatura (São Paulo).

25 ANOS DEPOIS – romance (1996). Uma história de amor de dois adolescentes que se reencontraram 25 anos depois.
"Abraçaram-se em temperança visceral que refletia todo afeto, toda a chama e todas as promessas de renovação. Ali estavam duas pessoas que se atreviam a declarar e a viver um amor guardado por muito tempo, mesmo que aparentasse ser fora de hora, ou de propósito, mesmo que despertasse a ambigüidade dos cépticos, o silêncio dos ponderados, o enigma dos misteriosos, a secreta ironia dos sorridentes, a contundência dos agressivos, a remota paralisia dos omissos. Eles estavam cheios de amor e derramavam-no em cascatas esmagadoras, não poupando nem mesmo os objetos inanimados. Não havia medo entre eles, pareciam inatingíveis a qualquer peleja, oculta ou mística, ossuda ou patética. Por isso, soavam estranhos, como se não humanos, como se fizessem parte de um recém descoberto planeta. (Margarida Reimão – trecho do livro 25 Anos Depois)

CEM CRÔNICAS – Coletânea de diversas crônicas e ensaios. É uma boa conversa com o leitor que parece estar sentado em frente à autora, ouvindo seus "causos".

O ESPELHO DE AGNES - romance (1995). "O universo da mulher e a ventura no sentido de que os seus anseios e propósitos sejam concretizados como grandes acontecimentos" (Os Editores - Contemp).
"Os olhos de sol, cansados de tanta emoção cruzaram aqueles de onça mansa matreira e escorregadia no refego da presa. Eram seus conhecidos, apesar da distância do palco, ela podia divisar e não economizou para passar atrás vinte e sete anos. Desenrolou o carretel do tempo e viu que tudo era igual: as vestimentas, as expressões dos rostos... pequenas modificações foram acrescentadas mas o quadro era o mesmo...
Sei que sou um fantasma e só me trouxe aqui por ser de fato, invisível aos olhos de todos. Aceite as rosas, por favor. Ela estirou as mãos aquiescendo. – Aos meus olhos não precisava. – Mas aos meus ímpetos precisava. Felizes aqueles que, mesmo tardiamente, aprendem a manifestar sua humildade e a se expor tão severamente aos desgostos de quatro gerações. Aqui não me cabe. Vim apenas como um pagador de promessas ao seu santo, nada mais!" (Margarida Reimão – trechos do livro O ESPELHO DE AGNES).

VICTÓRIA - romance (1993). "Uma história quente de amor e vida, cujas personagens retomam o sentido fugaz da paixão e busca a liberdade, inserindo-se num cotidiano que estabelece toda uma época. (Os Editores - Galden’s/Contemp).
"Havia uma sede, uma fúria braba como uma fogueira que queimava lá dentro. Foi duro achar meus pedaços. Entrei em profundo luto, dei um tempo para mim, comparei minhas mágoas com meus sonhos e vi que, apesar dos sofrimentos, os sonhos ganhavam; mas, que iria fazer com tantos sonhos? Eles não servem para nada... Na minha ressurreição interna vi que sem os sonhos nada se constrói. Eles são a mola mestra e exigem respeito."
"Ficaram na varanda até bem tarde, acordando-se como as flores dos espinheiros silvestres. A emoção das revelações lhes doíam, a reflexão lhes gerava uma saudade que sabiam terem que enfrentar. Haviam sido chamados pelo amor. Todavia, os caminhos eram por demais torpes e não os conduziriam a alegria de estar, porque a vida prática ganhava o jogo. Po isto, sobravam-lhes poucas opções. Estavam tristes com aquelas escavações." (Margarida Reimão - trechos do livro VICTÓRIA).

A OUTRA FACE DA FACE – (1992) prosas e poesias. "Insere-se aos grandes valores da literatura brasileira, por sua técnica estilo e conteúdo extremamente contemporâneos. Seus temas são bem variados – do amor à liberdade..." (Os Editores - Galden’s/Contemp).

CARTAS A UM DESCONHECIDO (1987) - prosas e poesias. São cartas "proseadas", outras são versos livres, esperançosos, saudosos, alheios, inteiros, indeterminados, partidos... mas, certamente, têm endereço certo no coração, ou na razão das pessoas. (Os Editores Contemp).

O CONTO QUE NÃO CONTEI – contos (1984) –"Personagens persistentes e irreverentes, um amontoado de ilusões, uma pitada de confusão, surpresas gostosas... são os ingredientes do deste livro de Margarida Reimão". (Contemp Editora).

CANTO AO VENTO (1983). Poesias. "Um registro dos sentimentos mais primários e mais etéreos – uma condensação do ser e do sentir". (Os Editores: FEBAE ).
EGO LUZ – (1983). Coletânea de poesias, onde participam diversos autores baianos (FEBAE).

BARCO À DERIVA – 1982 – Poesias e prosas. "Barco à Deriva foi o encontro com minha "fossa", minha solidão e minhas alegrias", diz Margarida Reimão.

Outras Informações:

Margarida Reimão escreveu em diversos jornais. Criou boletins literários e trabalhos voltados para a literatura. É Membro da Sociedad de Escritores y Artistas de Bolívia, desde 1989. Membro do Conselho Consultivo da Federação Baiana de Escritores/FEBAE, desde 1984. Membro da Galden’s/CONTEMP, desde 1987, associada da REBRA - Rede de Escritoras Brasileiras, desde 1999, Coordenadora do Magazine lusitano, (Lisboa/Algavre – Portugal) "Cá Estamos Nós" CEN, nos Estados do Espírito Santo e Bahia, desde 2000.
Foi jurada do Concurso Lagoa do Abaeté, em Salvador - Bahia em 1983, 1986 e 1991 e jurada de diversos concursos literários realizados em Salvador-BA, entre 1982 a 1994.
Na área de Psicanálise tem se dedicado a estudar e a participar de Simpósios, Cartéis e Congressos ligados à Arte e aos escritos. Eis alguns dos mais importantes: "A Dor e a Arte" . " A dor e a dor de existir". "Do Inacabamento da Imagem ao Escrito". "A dor e a Criação". "Amor, Dor e Êxtase na Criação Literária". "Da Tragédia ao Desejo – Uma Passagem". "O Nascimento e a Morte nas Tragédias". "A Erótica na Narrativa". "A Ciência na Ótica do Artista".
Esotérica, crítica, perfeccionista, gravita em sua própria órbita como muitas de suas personagens, recomeçando em todo amanhecer, extraindo de si toda essência e ficando sempre disposta às coisas novas.
"Os movimentos da vida são diminutos, se não prestarmos bem atenção tudo fica preso no carretel do tempo." (Margarida Reimão).
"Andei tanto e tenho muito a percorrer. Quantas lembranças me rodopiam, é minha vida passada a limpo. Continuarei nas divagações mas terei coragem de percorrer o corredor porque sei que as pessoas vão e muitas não voltam jamais, cada tempo tem um abrigo, uma esperança, outros sonhos.." (Margarida Reimão).


E.books de Margarida Reimão


Homenagem póstuma a Margarida (Marga)
Trabalho de Carlos Leite Ribeiro - Marinha Grande - Portugal

1 comentário:

Maria João Brito de Sousa disse...

Deixo o meu abraço nesta homenagem póstuma a Margarida Reimão.
Que as nossas vozes ecoem ainda depois da nossa partida!

Maria João Brito de Sousa